quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

TOSCANA - CHIANTI CLASSICO

Chianti é o nome das colinas que se estendem do sul de Florença até Siena, e Chianti Classico DOCG é o coração da produção de vinhos da área. Originalmente formada apenas pelos povoados de Gaiole, Radda e Castellina, a área classico agora inclui as comunas de Greve, San Casciano, Barberino Val d'Elsa e Castelnuovo Berardenga.
Os solos e microclimas variam muito. Os melhores vinhos vêm de terrenos calcários pedregosos a uma altitude de 350 a 450m. Eles são frutados, carnudos e com toques de flores. Sangiovese é a cepa principal, complementada tradicionalmente por pequenas porcentagens das tintas Canaiolo, Colorino e Mammolo, assim como, no caso de vinhos de consumo diário, das brancas Trebbiano e Malvasia. A fórmula foi inventada pelo barão Bettino Ricasoli na década de 1860, e sua fórmula continuou virtualmente inalterada até as revisões na DOCG, em meados da década de 1990. Elas permitiram que viticultores fizessem Chianti 100% à base de Sangiovese, mas também abriram caminho para o uso de uvas passíveis de inovadores cortes como Cabernet Sauvignon e Merlot. Puristas reclamam da perda de identidade toscana no moderno Chianti Classico - agora apenas uma minoria trabalha exclusivamente com uvas locais -, mas a qualidade é inegável. Um vinho que não seja riserva apresenta muita fruta silvestre, um toque de carvalho novo e um estilo potente de meio-corpo; já o riserva é extremamente encorpado.

TOSCANA - CARMIGNANO

O grão-duque Cosimo III incluiu esta pequena e montanhosa DOCG a noroeste de Florença, em seu decreto de 1716 que demarcava as primeiras zonas vinícolas de qualidade da Europa. Combinar Cabernet Sauvignon e Sangiovese era tradição nesta área muito antes disso virar referência. Os declives quentes e em geral voltados para o sul produzem vinhos potentes e com bom potencial de guarda.

TOSCANA - COLINAS CENTRAIS

As colinas centrais foram o esteio do renascimento do vinho na década de 1980, quando vinícolas progressistas estabeleceram os padrões para o restante da Itália. Este continua sendo o distrito vinícola de mais prestígio da Toscana, com DOCGs clássicos baseados na Sangiovese como Brunello di Montalcino, Chianti, Carmignano e Vino Nobile di Montepulciano, assim como muitos vinhos supertoscanos.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ÁREAS VINÍCOLAS DA TOSCANA - MAREMMA

Apelidada de Califórnia da Itália, Maremma é, estritamente falando, o nome das áreas planas costeiras da província de Grosseto. No entanto, o termo passou a ser aplicado referindo-se aos distritos vinícolas de toda a costa sudoeste e das colinas internas. Atraídos por condições para produzir vinhos premium em quantidade comercialmente viável, muitos nomes fortes da vinicultura da Toscana fincaram um pé nessa área nos últimos anos. Morellino di Scansano é a tradicional DOC cuja vinificação é baseada na Sangiovese da área, produzindo tintos potentes com sabores de ameixas e notas de especiarias e tabaco que não requerem um envelhecimento muito longo. Val di Cornia é uma DOC mais recente, com epicentro em Suvereto. Solos similares aos de Chianti dão aos tintos daqui muito mais poder e potencial de envelhecimento do que os vinhos geralmente de baixa acidez de outras partes da Maremma. Val di Cornia ganhou reputação pelas vinícolas-butiques, mas o futuro talvez apresente vinícolas modernas em escala maior como a Petra. A Cabernet Sauvignon e a Merlot são fortes na área, mas este também é um dos poucos terroirs fora das colinas centrais que pode conferir uma excitação real à Sangiovese.
Monteregio di Massa Marittima é uma DOC nova que cobre uma grande área de cultivo ao norte de Grosseto. A variedade de uva oficial é, mais uma vez, a Sangiovese, mas os melhores vinhos da área são IGTs que usam Cabernet e/ou Merlot, como varietais ou em cortes.

ÁREAS VINÍCOLAS DA TOSCANA - BOLGHERI

Este distrito vinícola desenvolveu-se em torno da lendária propriedade Tenuta San Guido, afamada por seu excelente vinho Sassicaia. A DOC Bolgheri, utilizada pela maioria dos vitivinicultores daqui, inclui uma sub-denominação exclusiva para acomodar o Sassicaia. Investimentos maciços nos últimos cinco anos podem ser responsáveis por um eventual aumento de produção, assim que os novos proprietários colham suas primeiras produções. Os vinhedos cobrem os solos sobretudo de areia pedregosa nas comunas de Bolgheri e Castagneto Carducci, próximas à costa. É provável que as condições não sejam ideais para a Sangiovese, mas a Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Syrah geram vinhos dotados de muita elegância e harmonia.

ÁREAS VINÍCOLAS DA TOSCANA - PISA

A província de Pisa tem diversas áreas de cultivo que se estendem de uma área à sudeste da cidade da famosa torre inclinada passando por várias cadeias de colinas em direção à costa. Colline Pisane é uma DOC tradicional e usa a cepa Sangiovese, mesclada com a local Cilliegiolo com aromas de cereja. A Merlot e a Cabernet Sauvignon também se adaptam bem aos solos argilosos da área, e vinhos IGT de vinícolas em ascensão como I Giusti e Zanza estão começando a trazer reputação para esta parte da Toscana até então pouco conhecida.
Montescudaio é uma DOC grande mas pouco importante, situada ao norte da zona de elite de Bolgheri. O clima marítimo e solos ricos em minerais conferem um sabor intenso aos vinhos. Vinhedos de Cabernet e Merlot foram incorporados à DOC e seu desempenho é bem melhor do que o da Sangiovese.

ÁREAS VINÍCOLAS DA TOSCANA - LUCCA

As colinas ao norte e a nordeste da típica cidade toscana de Lucca produzem pequenas quantidades de vinhos deliciosos e muitas vezes originais. Solos arenosos propiciam brancos e tintos de corpo leve a médio, baixa acidez e fruta atraente. Colline Lucchesi é a DOC para tintos com Sangiovese. Os vinhos mais excitantes da denominação vêm da ambiciosa Tenuta di Valgiana. O Montecarlo DOC é um branco bem encorpado com notas de nozes. É feito de um complicado corte de cepas transalpinas com Trebbiano local plantado na área por uma família de aristocráticos imigrantes franceses na década de 1820. Esta área está ressurgindo graças à modernização gradual da vinificação.

ÁREAS VINÍCOLAS DA TOSCANA - A COSTA

As propriedades aristocráticas da elite de Bolgheri e as vinícolas-butiques no distrito de Maremma são o carro-chefe da costa toscana. Essa área vinícola está se desenvolvendo rapidamente. Na década passada, diversos investimentos foram feitos nas regiões costeiras de Livorno e Grosseto, o que também é vantajoso para as áreas de viticultura até então quase desconhecidas em torno de Pisa e Lucca. A costa toscana se concentra no vinho tinto e o principal foco de produção são as cepas internacionais (Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah). No entanto, a uva Sangiovese está presente em DOCs estabelecidas há mais tempo, como Morellino di Scansano. Aqui são nomes consagrados, em vez de DOCs novas e pouco conhecidas, que dão a melhor indicação de qualidade e estilo.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - DI MAJO NORANTE

Durante décadas, Di Majo Norante foi o único produtor de Molise citado em guias de vinhos da Itália, e continua sendo o melhor. A produção e a qualidade altas (900 mil garrafas por ano) são centradas em cepas locais: Falanghina e Greco para os brancos e Montepulciano e Aglianico para os tintos. Os vinhos da casa vêm ganhando mais extrato e corpo desde a chegada do enólogo Riccardo Cotarella, em 2000. Os tops da casa são o robusto Montepulciano Don Luigi, o Aglianico Contado e o branco Biblos com passagem no carvalho. O Ramitello com toques de frutas silvestres também merece ser experimentado.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - VALENTINI

O lendário status dos vinhos da casa deriva de seu mero esplendor e do mistério que os cerca. Edoardo Valentini faz estranhas declarações sobre sua filosofia de vinificação (aparentemente inspirado em antigos autores romanos), mas seus métodos permanecem amplamente obscuros. Sabe-se que ele vinifica em velhos barris de tamanho tradicional, sem nenhum controle de temperatura, e que não clarifica nem filtra seus vinhos, dando-lhes persistência, complexidade e intensidade únicas e inesquecíveis.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - MASCIARELLI

Giani Masciarelli começou a engarrafar vinhos desta propriedade familiar no início da década de 1980. Em seguida, ele melhorou os vinhedos plantando vinhas com alta densidade e investiu em novos barris (que hoje em dia são feitos sob encomenda na França). O Chardonnay fermentado em barril carrega intensidade frutada resultante dos solos calcários. O outro branco top é encorpado e frutado, o que é raro no Trebbiano. E o multipremiado Montepulciano Villa Gemma tem toques de frutas silvestres, especiarias e carvalho tostado.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - ILLUMINATI

A vinícola Illuminati foi a primeira a se inscrever no novo DOC Controguerra quando foi criado em 1996, e Dino Illuminati continua sendo seu principal defensor. A casa produz um riserva tinto, o Controguerra, resultante do impressionante corte de Cabernet com Montepulciano chamado Lumen. O vinho se destaca por seus toques de ameixa e por excelentes perspectivas de envelhecimento. Ciafrè é outra criação de Illuminati. É um branco untuoso feito à base de um corte complexo de Trebbiano com outras quatro cepas.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - FATTORIA LA VALENTINA

Esta dinâmica vinícola tem crescido rapidamente nos últimos dez anos. La Valentina só elabora vinhos à base de variedades locais, incluindo o competente Montepulciano d'Abruzzo e o Trebbiano d'Abruzzo para consumo diário. Desde o fim da década de 1990, quando o enólogo toscano Luca D'Attoma começou a supervisionar as vinificações, uma série especial de pesos-pesados de Montepulciano surgiu, a começar pelo exclusivo Spelt, seguido pelo Binomio e pelo lançamento mais recente, o Bellovedere. Os três têm potência e sabores impressionantes que ficam mais elegantes ao envelhecer na garrafa.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - VILLA SIMONE

O estilo dos vinhos de Villa Simone envolve sabores frescos e intensos resultantes da colheita precoce e da vinificação cuidadosamente controlada. O enólogo da casa, Lorenzo Costantini, é entusiasta do potencial da uva local Ottonese. Ele a resgatou de um inexplicável esquecimento e agora está sendo replantada. Além de um saboroso Frascati simples, a casa elabora dois vinhos de vinhedos únicos: o estruturado Filonardi e o branco Villa dei Preti seco e deliciosamente intenso, que combina muito bem com peixe. Como muitos produtores atuais em Colli Romani, Villa Simone também tem feito experimentos com tintos, como o Ferro e o Seta, a partir do corte de uvas Cesanese e Sangiovese.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - FONTANA CANDIDA

Como todas as vinícolas pertencentes ao Gruppo Italiano Vini (GIV), a Fontana Candida é dirigida por enólogos. O diretor e enólogo Francesco Bardi tem uma abordagem bem prática. É um grande fã da uva Malvasia del Lazio, em geral muito menos usada do que outros tipos de Malvasia mais produtivos em Castelli Romani, mas que dá a seu Frascati uma maciez distintiva e um leve toque de frutas. Experimente o varietal Terre de' Grifi Malvasia para sentir a plenitude do sabor isento de mesclas de uvas.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - FALESCO

O enólogo Riccardo Cotarella dirige esta vinícola com seu irmão Renzo, diretor-geral do Antinori. Riccardo é o maior especialista em Merlot da Itália, cepa que é a base de seu vinho premium, o Montiano. O estilo concentrado explode frutas e especiarias, apoiadas em notas de coco e de café torrado com passagem em carvalho novo. A textura é densa, untuosa e com várias camadas, e o frutado doce é persistente. Est! Est!! Est!!! Poggio dei Gelsi é um potente branco com aromas cítricos e cascas de frutas.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - DI MAURO PAOLA-COLLE PICCHIONI

A família Di Mauro herdou vinhas de Bordeaux quando comprou esta propriedade na década de 1970. Naquela época, fazer vinho tinto em Castelli Romani era considerado uma excentricidade, mas o Vigna del Vassallo dos Di Mauro, um corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, mudou essa visão. Com a chegada do enólogo Riccardo Cotarella, em 1996, esse IGT tinto atingiu novos patamares de complexidade de especiarias e diversas camadas. O Le Vignole também é bom: um corte de Malvasia, Trebbiano e Sauvignon Blanc com aromas de frutas tropicais.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - CASTEL DE PAOLIS


O Castel de Paolis apresenta cortes inovadores, produções pequenas e preços altos. O Frascati Superiore simples é uma das versões mais encorpadas do vinho DOC. O "supermaduro" Vigna Adriana, que é feito a partir de um corte exótico de Malvasia del Lazio, Viognier e Sauvignon Blanc, tem 14% de álcool. O I Quattro Mori é um corte evoluído e com especiarias de Syrah, Merlot, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - PALAZZONE


A vinícola se divide entre a inovação e a representatividade de uvas tradicionais locais. Por um lado, há mini produções do Armaleo, o premiado corte de Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc, da jovem e frutada Viognier, e do Sauvignon Blanc de colheita tardia. Por outro, há o Orvieto Classico Campo del Guardiano, que muitas vezes é o top de sua categoria e explora a capacidade pouco reconhecida do vinho branco regional de envelhecer na garrafa. Descansando por 16 meses antes do lançamento, ele tem toques de flores e ervas silvestres e sabor equilibrado. O Muffa Nobile é um untuoso Sauvignon Blanc de sobremesa com notas de mel.

domingo, 5 de dezembro de 2010

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - LUNGAROTTI

Pioneiro nos anos 1960 e 1970, Giorgio Lungarotti foi o primeiro viticultor da Úmbria a plantar Cabernet Sauvignon e a usar tonéis de madeira para o vinho branco. Seu Torgiano DOC inspirado no Chianti e seu Rubesco foram os responsáveis por colocar o tinto da Úmbria no mapa. O Riserva Vigna Monticchio, lançado até dez anos após a colheita, é parte do legado da casa. Vinhos mais recentes incluem o Aurente Chardonnay com passagem no carvalho e o Giubilante (corte de Cabernet-Sangiovese-Canaiolo-Montepulciano).

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - CASTELLO DELLA SALA

Todos os vinhos da casa têm qualidade impecável. A propriedade, de 160ha, elabora o famoso Cervaro della Sala IGT. Este corte de Chardonnay com Grechetto com passagem na madeira está entre os dez melhores brancos da Itália. Em atividade desde meados dos anos 1980, nenhum outro viticultor italiano conseguiu equiparar-se a seu estilo.
O Cervaro explode fruta e energia podendo ser consumido dois anos após a safra, mas tem também potencial de envelhecimento. O doce Muffato della Sala (corte de Sauvignon Blanc-Grechetto-Gewürztraminer-Riesling) é menos consistente, mas também é capaz de atingir excelência.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - ARNALDO CAPRAI - VAL DI MAGGIO

Caprai foi o primeiro a acreditar na cepa Sagrantino e estabelecer em seu vinhedo um programa de acompanhamento, seleção de clones e novas vinhas. O investimento agora está dando resultado. O enólogo Attilio Pagli aproveitou os taninos selvagens da cepa e desenvolveu um complexo e marcante estilo frutado. O rótulo top Sagrantino 25 Anni é soberbo, mas o Collepiano e o Montefalco Rosso Riserva não ficam atrás. O último lançamento é o Outsider, um corte estruturado de Merlot e Cabernet Sauvignon.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - UMANI RONCHI

Maior produtor particular de Rosso Conero. Entre os seus vinhos estão o Serrano que dispensa carvalho, o San Lorenzo de preço compatível e a seleção top Cúmaro. A colheita de Verdicchio é feita três vezes. Com excelente reputação de qualidade e preço, em 1995 a casa entrou no rol de vinhos de luxo com o Pelago, um corte de Cabernet Sauvignon-Montepulciano-Merlot que ganhou o prêmio International Wine Challenge em Londres.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - SARTARELLI

A especialidade é o Verdicchio Contrada Balciana de colheita tardia. Suas uvas são colhidas em novembro - quando estão em um estado avançado de maturação, em geral adequado para vinhos de sobremesa - e então vinificadas em um estilo que capta sua imensa concentração aromática, sem passagem na madeira. O resultado é um branco espetacular que alça o Verdicchio a um novo patamar com aromas de pêssego e manga escoltados por ervas e especiarias tailandesas.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - SALADINI PILASTRI

A missão de Saladini Pilastri é elevar o Rosso Piceno do patamar rústico e barato, e alçá-lo a um status de superpremium. Recursos não faltam, já que a vinícola de 120ha ocupa áreas excelentes nas colinas ao sul de Ascoli Piceno. O top Vigna Monteprandone fez sua estréia no final dos anos 1990. Passaram-se algumas safras até atingir o ponto, mas logo foi aperfeiçoado. Montetinello vem logo após na categoria de tintos jovens. O rótulo Rosso Piceno atualmente oferece uma das melhores relações custo-benefício da Itália.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - MONTE-SCHIAVO - LA VITE

É uma antiga cooperativa que foi comprada em 1994 pela Pieralisi, uma das maiores empresas de máquinas agrícolas da Itália. Sua produção envolve todas as principais DOCs da região, com Verdicchio à frente. O delicioso rótulo básico Coste del Molino tem preço justo, ao passo que o Riserva Giuncare com passagem na madeira, o excelente Pallio di San Floriano, de colheita tardia, e o lançamento Nativo competem pelas posições top da DOC Castelli di Jesi. Também vale a pena experimentar a seleção Rosso Conero Adeodato, que passa por carvalho e o inovador Esio IGT em estilo Bordeaux.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - LA MONACESCA

Esta vinícola de gestão familiar faz vinhos de terroir que traduzem a qualidade da DOC Matelica e preservam os traços da uva Verdicchio com passagem exclusivamente em tonéis de aço inoxidável.
O vinho DOC normal apresenta toques de flores e um final persistente. O top da série Mirum Riserva provém de vinhedos de 30 anos e é lançado dois anos após a colheita. Espere um sabor profundo e untuoso, e aromas de anis, damasco e avelã.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - GAROFOLI

A empresa familiar fundada por Gioacchino Garofoli em 1900 se expandiu muito nos últimos cem anos e agora produz cerca de 2 milhões de garrafas por ano. A vinícola Garofoli é mais conhecida por seu Verdicchio, cujo produtor, Carlo Garofoli, elabora em cinco diferentes versões. O Classico Superiore Podium é redondo e macio na boca. O Riserva Serra Fiorese é lançado após passagem de um ano na madeira, quando começa a desenvolver aromas de mel e sabores minerais. Outra degustação imperdível é o potente Rosso Conero Agontano.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - FATTORIA LE TERRAZZE

Desde 1862 a família Terni faz vinhos de alta qualidade na DOC Rosso Conero. A seleção top é o Sassi Neri, com os toques de amoras pretas do Rosso Conero e notas de couro. Chaos é a nova criação IGT do proprietário, Antonio Terni, e de seu enólogo, Attilio Pagli. Elaborado de Montepulciano, Merlot e Syrah, ele tem profundidade na cor, suavidade quase excessiva e concentração de fruta.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - BUCCI

Ampelio Bucci e seu veterano enólogo Giorgio Grai usam métodos tradicionais para o Villa Buccia Riserva, incluindo fermentação a temperaturas naturais e longa maturação em tonéis de carvalho. A fruta para esse famoso branco vem de cinco vinhedos diferentes. Cada lote é vinificado e envelhecido separadamente, depois todos são combinados pelo enólogo da casa para obter a estabilidade e a complexidade desejadas. O vinho, que é lançado após três anos, é um primor de equilíbrio e aroma. A típica safra apresenta toques suaves de damasco, uma imensa gama de nuances florais e um frescor que se mantém por anos na garrafa.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - BOCCADIGABBIA

Parte de uma antiga propriedade agrícola bem maior, pertencente ao imperador francês Napoleão lll, Boccadigabbia reviveu uma tradição do século 19 ao se especializar em varietais franceses. O Akronte é um concentrado Cabernet Sauvignon que acumula grande profundidade envelhecendo dois anos em carvalho novo. O rico e aromático Pix é o primeiro grande Merlot do Marche. O proprietário, Elvido Alessandri, também faz bom uso das uvas locais. O Saltapicchio é um Sangiovese de classe, com suaves toques de fruta e o tipo de profundidade e textura nem sempre encontrado na variedade nativa da Toscana. O campeão é, sem dúvida, o bem encorpado Rosso Piceno com seu delicioso sabor seco de cereja.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - TRE MONTI

Tre Monti está entre o crescente número de produtores que agora abraçam a causa da nova DOC Colli d'Imola, que visa dar uma identidade a vinhos das colinas ao redor de Imola para que os mesmos não façam parte da categoria genérica IGT. A vinícola elabora um pequeno número de respeitáveis Chardonnays sob a nova DOC, mas o lançamento mais interessante até agora foi o Boldo, um encorpado e aromático corte de Cabernet Sauvignon com Sangiovese. Entre os vinhos mais tradicionais, o Sangiovese Riserva Thea tem muita classe e nuance.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - STEFANO BERTI

Até 1999 Stefano Berti vendia as uvas Sangiovese de sua propriedade de 7,5ha na encosta de uma colina para uma cooperativa local. Mas em 2000 resolveu começar a elaborar o próprio vinho na adega da fazenda da família. Seu primeiro lançamento do Sangiovese di Romagna, de uma safra questionável, foi promissor, mas o de 2001 foi sensacional. A melhor seleção, Calisto, frutado e carnudo, mas também apresenta suavidade e equilíbrio que permitem seu consumo imediato. O Ravaldo tem menos madeira e concentração, mas os mesmos toques de cereja e flores do vinho mais velho.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - LA BERTA

Vinícola familiar que iniciou um programa de replantio em meados da década de 1990. Agora rende matérias-primas de primeira classe para o enólogo Stefano Chioccioli. Aqui a influência de Bordeaux é evidente, especialmente na cor escura, nos taninos suaves e na fruta madura do corte de Ca' di Berta com Cabernet Sauvignon e Sangiovese. O Sangiovese Riserva Olmatello é igualmente suave, mas seus aromas têm um caráter mais local.

GRANDES PRODUTORES DA ITÁLIA CENTRAL - FATTORIA ZERBINA

Cristina Geminiani começou a estudar economia, mudou para agronomia, estudou enologia e, aos 30 anos, estava administrando a vinícola de seu avô. A Fattoria Zerbina aposta em uvas locais e faz Sangiovese em estilos que variam do frutado Ceregio que dispensa carvalho ao majestoso e envelhecido Riserva Pietramora. Com toques de mel e damasco, o Scacco Matto é o principal vinho de sobresa da região. O Marzieno é uma combinação de Sangiovese-Cabernet Sauvignon dotado de muita classe.

ÁREAS VINÍCOLAS DA ITÁLIA CENTRAL - MOLISE

Segunda menor região da Itália, depois do vale do Aosta, seu cultivo se concentra na planície costeira, onde verões quentes e secos tornam a irrigação essencial. A identidade vinícola da região é inextricavelmente ligada à de seu principal produtor, Di Majo Norante. A região tem duas DOCs. Molise como região permite cerca de uma dúzia de variedades, sendo que as mais utilizadas são a Falanghina e a Aglianico da Campania e a calabresa Greco Bianco. A Aglianico faz um tinto encorpado e escuro com aromas de cereja preta e violeta. As duas outras uvas são mescladas pelo Di Majo Norante para fazer um branco com toques de pêssego. A segunda DOC, Biferno, é uma área mais restrita na qual as principais cepas são a branca Trebbiano e a tinta Montepulciano d'Abruzzo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ÁREAS VINÍCOLAS DA ITÁLIA CENTRAL - ABRUZZO

Abruzzo usa o sistema regional de classificação de vinhos que faz distinção entre uvas, mas não entre sub-regiões (com apenas duas exceções). Como toda a produção gira em torno de apenas dois tipos de uva, as cartas de vinhos são bem descomplicadas. A escolha básica é entre o tinto Montepulciano d'Abruzzo DOC e o branco Trebbiano d'Abruzzo DOC. As exceções ao sistema de denominação em vigor são o Controguerra DOC e o Colline Teramane DOCG. O primeiro foi criado para acomodar uma série de cepas locais e internacionais cultivadas em uma sub-região em torno da cidade de Controguerra, que faz limite com Marche. A produção, porém, precisa melhorar consideravelmente, para que essa denominação cause algum impacto. Os vinhos Montepulciano d'Abruzzo das colinas ao redor de Terano têm há muito tempo o direito de especificar a zona Colline Teramane no rótulo e em 2003 passaram à categoria de DOCG. Montepulciano é uma uva autóctone de Abruzzo, sem nenhuma ligação com a cidade homônima na Toscana. Sua fruta escura e aromática e a pouca acidez propiciam o consumo ainda jovem, mas ela também produz vinhos potentes, com muito tanino e grande potencial de guarda, e um delicioso rosé com sabor de morango chamado Cerasuolo, ideal para ser consumido no verão.
A uva localmente conhecida como Trebbiano d'Abruzzo (Bombino Bianco) é uma variedade diferente da Trebbiano (Trebbiano Toscano) cultivada em outros pontos da Itália Central. Em geral, é base para vinhos brancos secos e frescos, com toques levemente herbáceos. É também capaz de elaborar complexos vinhos encorpados que passam por carvalho e duram décadas, mas esse estilo só é seguido por um pequeno número de produtores, principalmente pelo lendário Valentini. Tipos de uvas diferentes não atraem seguidores da mesma maneira que em outras regiões da Itália Central; assim, poucos produtores adotam o rótulo IGT Abruzzo. A Chardonnay se dá bem em Abruzzo, mas os produtores pensam duas vezes antes de investir em uma variedade já explorada em excesso como alternativa à Trebbiano.

domingo, 24 de outubro de 2010

ÁREAS VINÍCOLAS DA ITÁLIA CENTRAL - LÁCIO

Quase a metade dos vinhos do Lácio vem de Castelli Romani, distrito ao sul de Roma. O clima idílico das colinas fez com que, durante séculos, o local abrigasse as residências de verão da aristocracia romana e até do papa. Embora a latitude seja favorável aos tintos, essa região se consagra com os brancos. A combinação de solos vulcânicos e altitudes de até 400m provém um habitat no qual tradicionais uvas brancas sempre cresceram. Entre elas as principais são Trebbiano e Malvasia, componentes principais do Frascati, além de uma pequena porcentagem opcional da Greco. Há dois milênios a DOC Frascati supre as pousadas e os restaurantes da Cidade Eterna com seus vinhos de consumo diário. Estilo leve, suave e de consumo imediato, os superiore são mais encorpados e, na boca, têm notas de amêndoa salgada que dão ao bom Frascati seu inegável toque de personalidade.
Outra zona histórica de vinhos brancos do Lácio fica no limite norte com a Úmbria. Em declives vulcânicos em torno do lago Bolsena, o corte Trebbiano-Malvasia é responsável pelo Est! Est!! Est!!! DOC, um delicado branco DOC com toques de pêssego, excelente para consumo no verão. Caso esteja em busca de mais corpo e personalidade da região, você deve deixar os tradicionais DOCs de lado e explorar os vinhos IGT Lácio. Aqui há um número crescente de vinícolas-butique que vão além das uvas locais e partem para Chardonnay, Viognier, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot. Quanto aos tintos, a tradição local nunca foi forte. O futuro de Lácio reside, definitivamente, nas uvas internacionais.

ÁREAS VINÍCOLAS DA ITÁLIA CENTRAL - ÚMBRIA

A reputação da Úmbria em termos de vinhos era solidamente baseada no popular branco Orvieto e, em menor extensão, no tinto Torgiano, mas ambos foram ofuscados desde meados dos anos de 1990 por uma nova geração de tintos premium do povoado de Montefalco. O sistema DOC da região continua substancialmente tradicionalista, o que significa que produtores que queiram testar uvas alternativas são obrigados a usar o rótulo Umbria IGT, que nessa região (como em outras partes da Itália Central) ganha mais adeptos e honras a cada ano. A produção de vinhos da Úmbria se divide em três áreas-chave, além de algumas menores e menos conhecidas.
No DOC Orvieto, uma mutação local da Trebbiano chamada Procanico é mesclada com porcentagens variadas de Grechetto, Verdello, Drupeggio (Canaiolo Bianco) e Malvasia. O estilo básico é leve e seco, com um delicado sabor de amêndoas. A área de produção, que se estende até Lácio, é grande e vale a pena optar pelos vinhos classico dos melhores locais nas encostas de colinas de até 500m, ao sul da espetacular catedral da cidade. Aqui, argilas calcárias ricas em fósseis dão mais corpo e intensidade aos vinhos. A umidade que se desprende no outono dos lagos e do rio nas cercanias da cidade cria condições ideais para vinhos de sobremesa feitos das mesmas uvas que as versões secas. Um número crescente de produtores está voltando a suas raízes - historicamente o Orvieto era doce e não seco-, fazendo vinhos neste estilo. As quantidades são mínimas, mas os vinhos de sobremesa, com a menção dolce, vale a pena.
O povoado de Torgiano, ao sul de Perugia, elabora vinhos brancos DOC de Trebbiano e Grechetto, um tinto DOC de Sangiovese-Canaiolo e, das mesmas uvas, um tinto riserva com status DOCG. Os vinhedos ficam em solos calcários arenosos a altitudes de 200 a 300m. Os brancos e os tintos são secos e meio-corpo. O Torgiano Bianco DOC tem toques de melão e damasco, ao passo que o Torgiano Rosso DOC, com aromas de cereja e violeta, é designado para consumo imediato. Por outro lado, o Torgiano Rosso Riserva DOCG amadurece três anos em madeira. Ele tem o típico tom granada dos riserva elaborados com Sangiovese, muito tanino e complexos aromas florais e de especiarias. Durante décadas o único viticultor a engarrafar os vinhos Torgiano era Lungarotti.
A cidade de Montefalco dá seu nome a uma combinação de tinto DOC (60-70% Sangiovese, 10-15% Sagrantino e algumas outras cepas) e a um vinho varietal DOCG feito de Sagrantino. Os vinhedos ficam em declives quentes e secos, com solos predominantemente argilosos na mesma altitude que Torgiano, ao norte. O potente Montefalco Rosso DOC é um vinho com sabores fortes que muitas vezes é suavizado com um pouco de Merlot. Em um nível superior, há o encorpado Rosso Riserva com passagem em madeira.
No entanto, o grande astro é o potente Sagrantino di Montefalco DOCG. Sagrantino é uma variedade de uva cultivada apenas nesta parte da Úmbria. Tradicionalmente, as uvas eram secadas visando à produção do vinho doce passito (que ainda existe), com uma vaga semelhança com o Recioto di Valpolicella. A produção do Sagrantino seco cresceu na década de 1990, graças ao inovador Arnaldo Caprai. Trata-se de um vinho com fortes toques de amora-preta e maçã, rico em taninos, que requer amadurecimento de três a quatro anos. A produção anual não chega a alcançar as 500 mil garrafas, mas deve aumentar rapidamente, já que importantes viticultores que se instalaram na área - incluindo Cecchi, Antinori e Frescobaldi - lançarão em breve suas primeiras produções do ótimo Sagrantino.
A região também tem uma meia dúzia de DOCs menos conhecidas, das quais a mais interessante é a Colli del Trasimeno, que produz tintos modernos e frutados com Sangiovese. Uma curiosidade das colinas em torno do lago Trasimeno é o uso da uva tinta Gamay (em geral associada ao Beaujolais) como corte ou ocasionalmente como varietal. Outras variedades francesas entram na denominação IGT Umbria. Assim como com todas as IGTs, o rótulo pode especificar a uva ou não. A Chardonnay tem um certo número de adeptos, ao passo que a Sauvignon Blanc é usada na região de Orvieto para produzir vinhos doces inspirados no famoso Sauternes, de Bordeaux, mas Cabernet Sauvignon e Merlot são as grandes intrusas - como varietais, em cortes bordaleses ou mescladas com Sangiovese.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ÁREAS VINÍCOLAS DA ITÁLIA CENTRAL - MARCHE

Van Gogh - O Vinhedo Vermelho
Embora venha utilizando cepas internacionais nos últimos anos, a região continua fiel a variedades locais. A Verdicchio domina a cena do vinho branco. Essa variedade singular de Marche é cultivada em duas zonas DOC distintas. As uvas para a DOC Verdicchio dei Castelli di Jesi vêm das colinas a noroeste de Ancona (até 500m de altitude). O termo classico no rótulo indica um vinho da histórica zona de produção em torno da cidade de Jesi. Vinhos superiore têm 0,5% mais álcool do que os classico, e os riserva 0,5% mais do que os superiore. Com uma produção anual de cerca de 24 milhões de garrafas, Castelli di Jesi é a segunda maior DOC da Itália, perdendo apenas para Soave. A Verdicchio di Matelica cresce em uma zona DOC bem menor, mais próxima das montanhas, na província de Macerata. Solos ricos em minerais e um microclima mais frio podem responder pela forte intensidade de seus vinhos, mas o terroir tem menos influência do que os estilos de vinificação, que são muitos e variados. Verdicchio é um branco encorpado com um sabor seco de nozes. Os rótulos mais simples de vinhos não passam por carvalho e são para consumo imediato. Grande parte dos vinicultores também tem seleções especiais, que podem ser acondicionadas em barril ou colhidas tardiamente e, em alguns casos, envelhecer por uma década ou mais. Eles têm toque de maçã madura e damasco e aromas de ervas, de tomilho, funcho e anis.
Quanto aos tintos, a uva principal é a Montepulciano, encontrada em sua versão mais pura no Rosso Conero. Produtores dessa DOC de pequena escala em geral não mesclam a uva, que se desenvolve nos secos solos calcários de Monte Conero, na orla dos subúrbios de Ancona. O resultado é um vinho com notas marcantes de geléia de amora preta e insinuações de violetas e pétalas de rosa. Por outro lado, a DOC Rosso Piceno em geral de um corte de Montepulciano com Sangiovese, o que resulta em sabores mais secos, muitas vezes com toque de cereja ou ameixa. Nesta DOC o termo superiore denota um vinho da área de Ascoli Piceno, que tem o tipo de solo seco e quente adequado à Montepulciano. Rosso Piceno é a maior DOC de tintos em termos de qualidade.
A menor DOC é a Lacrima di Morro d'Alba. O varietal feito da uva homônima tem uma mistura explosiva de aromas de frutas, especiarias e flores. Para obter o efeito máximo, tente o estilo novello - o leve vinho frutado feito para consumo imediato no primeiro novembro após a safra. A produção é pequena (entre 5 e 6 mil garrafas), mas está aumentando. Outro setor pequeno, porém em expansão, é o de vinhos feitos de uvas importadas e engarrafadas sob o rótulo IGT Marche. Os brancos ainda não representam ameaça aos produtores de Verdicchio, mas o Cabernet Sauvignon, o Merlot e o Syrah podem muito bem testar a fidelidade da região às suas próprias variedades de tintos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ÁREAS VINÍCOLAS DA ITÁLIA CENTRAL - ROMAGNA

Os melhores vinhos tintos e brancos da Romagna provém de colinas a cerca de 350m acima do nível do mar. Esta região vinícola italiana conta com o sistema DOC mais simples. Os rótulos comunicam os dados essenciais - o tipo de uva e a região, sendo que há somente três cepas importantes: Trebbiano (Ugni Blanc), Albana e Sangiovese.
A DOC Trebbiano di Romagna, elabora vinho seco e neutro produzido principalmente na planície costeira. A Albana di Romagna, foi a primeira DOCG de vinhos brancos da Itália. Sua promoção para a categoria oficial mais alta de vinhos do país em 1987 foi recebida com ceticismo. o secco é um meio-corpo, mas peca pela falta de sabor. O vinho deve seu prestígio ao estilo passito feito de uvas-passas secas. Este é um vinho refinado, concentrado e doce, com aromas de amêndoa e pêssego. A área de produção mais conhecida fica em torno do povoado de Bertinoro, onde os solos calcários conferem muito mais aroma aos vinhos. Outro herói local é o Sangiovese di Romagna DOC. Tanto a região do Adriático quanto a vizinha Toscana reivindicam a paternidade da cepa tinta que é a mais importante da Itália Cantral. Pesquisas mostram que cada região provavelmente desenvolveu seus próprios clones. Nos solos de marga arenosa nas colinas acima das cidades de Forlì, Faenza e Cesena, a versão da Romagna gera vinhos de cor rubi, intensos aromas de violetas e com sabores vigorosos. As encostas das colinas, Colli d'Imola, Colli di Faenza e Colli di Rimini são pequenas DOCs criadas no fim dos anos 1990, a fim de dar identidade específica aos vinhos dessas cidades. Os três permitem o uso das recém-chegadas Chardonnay e Cabernet Sauvignon, junto com a tradicional Sangiovese. A DOC Romagna elabora vinhos de consumo diário. A versão superiore é um passo à frente em termos de concentração e frutas, e os vinhos riserva, que envelhecem por dois anos, têm taninos macios e toques de frutas. Muitos outros vinhos que merecem ser conhecidos não integram o sistema DOC. Alguns viticultores preferem engarrafar os vinhos à base de Sangiovese permitidos pela DOC sob os recém-criados rótulos IGT Forlì, Rubicone e Ravenna, que vêm sendo cada vez mais usados para varietais alternativos ou cortes de Chardonnay-Sauvignon.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

QUALIDADE MELHORADA

Outras regiões no centro da Itália são tradicionalmente associadas à produção em larga escala e a vinhos voltados ao consumo diário. Isso se aplica não só a Romagna, Marche e Abruzzo, no leste do país, como também ao Lácio e a Úmbria, no oeste e mais próximos a Roma. Os vinhedos da Itália Central hoje cobrem mais de 200 mil ha de terra, com diversas uvas autóctones. A produção de tintos tende a se concentrar em torno das uvas Sangiovese e Montepulciano, ao passo que Verdicchio (em Marche), Trebbiano (principalmente Trebbiano Toscano) e Malvasia respondem pela maioria dos vinhos brancos. As tradicionais denominações de tintos da Itália Central, como Sangiovese di Romagna e Rosso Piceno de Marche, oferecem algumas das melhores opções de compras. O tinto Montepulciano de Abruzzo, agora elevado ao status de DOCG na Colline Teramane, e o rústico Sagrantino da Úmbria também estão começando a mostrar seu potencial. Entre os brancos, o Verdicchio é campeão de personalidade e qualidade. Além disso, agora há muitos outros vinhos bons fora do tradicional sistema DOC. Mais e mais viticultores estão tendo êxito com variedades de uvas francesas permitidas sob os rótulos alternativos de IGT.
Alguns desses novos vinhos, em especial os da Úmbria, estão começando a causar um impacto considerável.

domingo, 3 de outubro de 2010

CHIANTI BOM E RUIM

Em contraste a esses sucessos na escala mais elevada do mercado, as medidas tomadas para aumentar a qualidade dos vinhos tradicionais da Toscana nem sempre tiveram êxito. Quando a área de Chianti ganhou status de DOCG, os rendimentos foram reduzidos e somente o uso de até 10% de Cabernet Sauvignon é permitido. Havia muita esperança de que a qualidade aumentasse, mas o erro foi aplicar a DOCG em todas as áreas de Chianti sem verificar se os viticultores individuais estavam cultivando uvas de qualidade. O resultado foi uma profusão de vinhos medíocres. Os melhores Chiantis provêm de Chianti Classico, área onde o vinho era originalmente elaborado, e de Chianti Rufina. Fora de Chianti e das Colinas Centrais, hoje há investimentos na zona costeira da Toscana, Maremma, região vinícola que tem ganhado cada vez mais destaque no país.

ITÁLIA CENTRAL

O vinho é produzido em todas as regiões dos Apeninos, a cadeia de montanhas que se estende pelo centro da Itália. A região é responsável por cerca de um quarto da produção de vinho do país. A combinação do terroir, do clima mediterrâneo e de vitivinicultores especializados elabora alguns dos melhores vinhos da Itália, liderados pelos renomados clássicos da Toscana.
Há diferenças significativas na história e nos estilos de vinificação das várias regiões da Itália Central. A Toscana, que foi um ducado independente enquanto o restante da itália Central era parte dos domínios papais, sempre esteve na vanguarda da qualidade e da inovação. Seu potente tinto Vino Nobile di Montepulciano foi o primeiro DOCG da Itália. Na sequência, vieram o Brunello di Montalcino, Carmignano, Chianti, Chianti Classico e Vernaccia di San Gimignano, o que levou a região a ter o maior número de DOCGs e a maior e mais variada produção de vinhos. Ela disputa com o Piemonte o título de região top do país.
As colinas centrais da Toscana são um centro de excelência em viticultura desde o tempo dos etruscos, e continua lançando tendências que outros têm adotado depois. A Cabernet Sauvignon e a Merlot estão fortemente estabelecidas na Toscana, graças aos vinhos "supertoscanos" que passaram a ser elaborados na década de 1960 por Mario Incisa della Rochetta. Essas clássicas cepas bordalesas agora aparecem também nos vinhos top de outras regiões importantes.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VARIEDADES DE UVAS DE FRIULI-VENEZIA GIULIA

Não é incomum as propriedades em Friuli-Venezia Giulia cultivarem uma dúzia ou mais de variedades de uva e as engarrafarem separadamente. Algumas estão sendo descartadas, mas a produção regional continua extraordinariamente variada.

Variedades Locais
Malvasia - Típica de Collio, onde amadurece e ganha toques de especiarias e é chamada Malvasia Istriana. Em Aquileia, produz um branco mais simples, porém encorpado.
Picolit - Esta doce uva branca de Colli Orientali desfruta de prestígio local produzindo vinho exclusivo e caro. Pode sofrer um distúrbio genético chamado aborto floral, que é capaz de devastar plantações inteiras.
Pignolo - Extremamante tânica, longeva e rara, está voltando a ser cultivada em Colli Orientali.
Refosco - Cheio de frutas silvestres e taninos suaves, os exemplos deste tinto provêm de Colli Orientali. Seu nome completo é Refosco dal Peduncolo Rosso e tem uma subvariedade que elabora o vinho Terrano em Carso.
Ribolla Gialla - Plantada em Collio desde o século 12, esta uva branca perdeu bastante espaço ao longo dos anos, mas atualmente está havendo uma certa demanda por seus sabores secos e cítricos.
Schioppettino - Esta uva tinta é escura e cheia de aromas exóticos. Seu vinho deve ser consumido jovem.
Tocai Friulano - Uva branca mais plantada na região. Requer altitude elevada e manejo cuidadoso. Ganhou muita atenção dos vinicultores de Collio e Colli Orientali na última década. Os estilos dispensam carvalho e se destacam pelos aromas vivazes e de final amendoado.
Verduzzo - Uva branca com sabor de maçã da DOC homônima, gera um confiável e acessível vinho de sobremesa. É também usada para a microprodução do Ramandolo DOCG.

Variedades Internacionais
Sauvignon Blanc - É a uva mais bem-sucedida em Friuli-Venezia Giulia, saindo-se melhor no triângulo de Collio-Colli Orientali-Isonzo, onde aromáticas versões fermentadas em tonel são mais habituais.
Pinot Grigio - É a principal variedade de Isonzo. Produtores desta DOC foram os primeiros da Itália a colocar Pinot Grigio em carvalho. Os vinhos são imponentes, saborosos e longevos. A Pinot Bianco elabora refinados vinhos com aromas de flor de laranjeira e frutas secas em Collio. Os estilos Chardonnay variam do elegante borgonhês ao ensolarado californiano. A variedade é mais forte em Isonzo e Colli Orientali. A cepa Merlot amadurece melhor do que a Cabernet Sauvignon e pode render vinhos que se equiparam aos melhores do país e de outras partes do mundo.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

PRODUTORES DE FRIULI-VENEZIA GIULIA - VOLPE PASINI

Emilio Rotolo assumiu esta pequena vinícola em meados dos anos de 1990 e, no espaço de apenas três safras, transformou-a em uma das mais bem-sucedidas experiências da região. A nova série Zuc di Volpe, de estilo claramente internacional, é obra de Ricardo Cotarella, especialista em Merlot e um dos enólogos mais requisitados da Itália. Os tintos são repletos de taninos aveludados e toques de frutas silvestres, ao passo que os brancos têm aromas de salada de frutas e, no caso do Pinot Bianco, notas de carvalho que lhe dão muita classe.

PRODUTORES DE FRIULI-VENEZIA GIULIA - VINNAIOLI JERMANN

O currículo de Silvio Jermann remonta a meados dos anos de 1970 e se destaca por excelentes vinhos brancos, desde o genial corte Vintage Tunina e o corte com passagem em madeira do Capo Martino ao elegante Chardonnay com o título bem pretensioso de "Were Dreams, Now It's Just Wine". Com seu Pignacolusse baseado em Pignolo, ele agora realizou uma ambição antiga de criar um tinto de grande estrutura.

PRODUTORES DE FRIULI-VENEZIA GIULIA - VILLA RUSSIZ

O estilo dos vinhos produzidos por Gianni Menotti é encorpado e repleto de caráter varietal. Ele parou de usar carvalho há muitos anos e ainda faz apenas um branco fermentado em barril, mas o premiado Gräfin de la Tour Chardonnay mostra sua maestria da técnica.
As seleções top desta vinícola que é referência em Collio levam o nome do proprietário do século 19, Comte de la Tour, que foi o primeiro a introduzir variedades de uvas francesas na região.

PRODUTORES DE FRIULI-VENEZIA GIULIA - VIE DI ROMANS

Se os melhores vinhos são os que proporcionam mais prazer, fica difícil competir com os brancos de Gianfranco Gallo. O único problema é resistir à tentação de tomá-los antes que o tempo tenha tido chance de revelar as surpreendentes camadas de sabores: elas ficam melhores após dois ou três anos de envelhecimento na garrafa. Gianfranco produz um Sauvignon Blanc que passa por carvalho e outro que não passa; ambos são deliciosos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PRODUTORES DE FRIULI-VENEZIA GIULIA - SCHIOPETTO

Os rótulos Schiopetto se concentram nos clássicos varietais de Collio - o amendoado Tocai Friulano, o suculento Sauvignon Blanc, o Pinot Bianco com toques de flores de laranjeira -, assim como o revisto Blanc des Rosis levemente amadeirado (faz uso de Tocai Friulano, Pinot Grigio, Sauvignon Blanc, Malvasia Istriana e Ribolla Gialla). O orgulho do local, porém, é o novo lançamento Mario Schiopetto Bianco, feito de um corte de Chardonnay com Tocai Friulano. Este vinho foi criado em homenagem a Mario Schiopetto (que morreu em maio de 2003), merecidamente considerado fundador da moderna elaboração de vinhos em Friuli-Venezia Giulia.